Para quais tipos de problemas a cirurgia ortognática estará indicada?

Destina-se a tratar problemas em três planos da face: antero-posterior, vertical e transverso. No primeiro destacam-se as situações como por exemplo de "queixo grande" (prognatismo mandibular), ou de "queixo pequeno" (micrognatismo mandibular). O maxilar também poderá apresentar-se com as mesmas situações de posicionamento. No plano vertical, os maiores problemas são: a deficiência de altura do terço inferior da face, ocasionando dentre outros exemplos, problemas como quando a pessoa sorri e não mostra ou mostra pouco os dentes superiores, dando a aparência de desdentada. O excesso de altura do terço inferior da face provoca situação conhecida como o "sorriso gengival", onde o indivíduo, quando sorri, evidencia os dentes e a gengiva, como também em estado de repouso com nenhum sorriso. Encaixam-se indivíduos neste caso que não conseguem permanecer em repouso com uma boca fechada (dentes em oclusão com os lábios fechados), e possuem geralmente a caracterísica de rosto muito comprido. Já as discrepâncias transversas da face consistem em aspectos em que os maxilares permanecem em desarmonia em nenhum sentido lateral, aparentando assimetria facial (desvio da face).

Qual a idade mínima para ser submetido a este tipo de intervenção cirúrgica?

O ideal é aguardar o término do crescimento do esqueleto facial, assim os resultados propciarão uma cirurgia extremamente favorável. Em adolescentes podem surgir problemas no convívio social decorrentes da deformidade facial, a cirurgia assim, poderá ser antecipada, precedida de um estudo detalhado do caso.

Existe a necessidade de realizar o tratamento ortodôntico antes da cirurgia ortognática?

Sim, é preciso e se faz necessário em quase todos os casos. O tratamento ortodôntico torna-se de fundamental importância ser realizado em conjunto com o tratamento cirúrgico, geralmente dentro da seguinte seqüência: cerca de 12 a 18 Meses de preparo ortodôntico antes da cirurgia (dependendo do grau de mal-oclusão dentária) conseguindo assim o melhor posicionamento possível de uma oclusão dentária satisfatória, facilitando o trans-operatório (durante a cirurgia). Após a cirurgia, a seqüência do tratamento ortodôntico só poderá ocorrer depois de aproximadamente 10 meses.

Como ocorre a recuperação após este tipo de Cirurgia?
Edemas, que tendem a desaparecer em aproximadamente 4 a 5 dias. Estando o paciente apto à suas atividades corriqueiras em torno de 10 a 15 dias

Aonde e como são realizadas estas cirurgias?
São realizadas em âmbito hospitalar sob anestesia geral. As incisões (cortes em tecidos) são todas feitas intra-oral (dentro da boca), portanto, sem a presença de cicatrizes. A duração da operação depende do procedimento a ser alcançado, de a cordo com o planejamento pré-operatório, tanto do ortodontista, quanto do Cirurgião Bucomaxilofacial. E o período de permanência do paciente no hospital normalmente vai de 1 a 2 dias, com continuidade de sua recuperação em sua residência com as instruções pós-operatórias.

Se faz necessário o bloqueio dos maxilares após a cirurgia?
Depende de cada caso, mas grande parte das cirurgias hoje não se utiliza mais esta técnica, pois a fixação óssea é realizada com mini-placas e mini-parafusos biocompatíveis e que fornecem uma imobilização rígida o suficiente para permitir que o paciente permaneça com a mobilidade mandibular (abrir e fechar a boca) após a cirurgia, podendo ter uma melhor alimentação e higienização da cavidade oral. Existem também mini-placas e mini-parafusos reabsorvíveis, que por volta de 12 meses o próprio organismo se imcumbe de absorvê-los.

Qual é o profissional indicado para realizar este tipo de tratamento?
Como foi relatado anteriormente, os profissionais que estão aptos a realizarem este tipo de tratamento em conjunto são: o Ortodontista (tratamento ortodôntico pré e pós-operatório) e o Cirurgião Bucomaxilofacial (é o único profissional apto a realizar a intervenção cirúrgica), que irão realizar o planejamento do caso em todos os aspectos.